A gravidez é uma fase de muitas mudanças e novas experiências, os nove meses de gestação mudam o corpo, o organismo e o psicológico das mulheres para que elas recebam essa nova vida de maneira mais confortável e natural o possível. Então, quando o bebê nasce, é possível que algumas pessoas pensem que tudo volta ao normal de repente, bem tranquilamente, mas não é bem assim.
O período após o nascimento do bebê se chama puerpério, uma fase difícil, também chamada de resguardo e quarentena, na qual a mulher passa por outras transformações para que o corpo retorne à sua forma padrão. E quanto tempo dura o puerpério? Bem, normalmente são 45 dias.
Se você não sabe profundamente o que é puerpério e tudo que o envolve, continue a leitura desse conteúdo super completo, cheio de informações pertinentes e essenciais ao conhecimento das futuras e novas mães.
O que é puerpério: definição completa
Como dito no início do post, o puerpério é a fase de 45 dias após o nascimento do bebê, período de muitas mudanças psicológicas e hormonais, no qual o útero e todos os outros órgãos devem retornar ao seu estágio normal.
Enquanto o bebê ainda não nasce, estima-se que o útero pode chegar até 32 centímetros e pesar cerca de 1,5 quilos. E, no puerpério, nas primeiras 24 horas, a involução uterina ocorre, ou seja, ele se contrai, de 1 em 1 centímetro até chegar a 7 e pouco mais de 60 gramas.
Em todo esse tempo, ou quase até o finalzinho dele, o útero não ovula, afinal todo o organismo direciona seus esforços para a involução uterina ocorra e para a produção de leite. Esse último é muito importante para a saúde do bebê e da mulher, pois é essencial para que ele se alimente bem e tenha todos os nutrientes essenciais para se desenvolver e ajuda a mãe a retomar sua antiga forma pela liberação de ocitocina.
Quais são as fases do puerpério e o que acontece nessas etapas?
É preciso começar este tópico falando do sangramento vaginal rotineiro que acompanhará a mulher por, no mínimo, 30 dias após o parto, e esse é chamado de lóquio. Então, na primeira fase do puerpério, chamada de puerpério imediato, que dura até o 10º dia, o lóquio parecerá semelhante à menstruação normal, com fluxo regular e cor mais viva.
Quando falamos do puerpério tardio, a segunda fase, que dura entre 11 a 25 dias, o fluxo do lóquio é muito menor, diminuindo a cada dia que passa, sendo de uma coloração mais rosada até que seja eliminada de uma vez. Isso acontece porque o endométrio começa a cicatrizar naturalmente, recobrando a sua espessura normal.
Ainda há o puerpério remoto, que ocorre no 43° dia após o nascimento do bebê. O seu início ocorre a partir da volta da ovulação e, sendo assim, o casal pode voltar a ter relações sexuais, caso desejem, e é importante que a mulher volte com um método anticoncepcional para evitar uma nova gravidez.
O puerpério emocional
Uma das coisas mais frisadas sobre o que é puerpério é a volta do corpo em seu estado normal, antes da gestação, mas o emocional também está muito ligado a isso. No caso de questões psicológicas, a mulher sofre muito por questionamentos internos, como serão suas experiências, se ela dará conta de cuidar do bebê, do trabalho, da casa e de si, quais são as expectativas dos familiares, entre muitas outras coisas.
O puerpério emocional não é um baby blues ou a depressão pós-parto, mas um termo muito usado para que todas as necessidades de nível emocional da mulher estejam em visibilidade.
Isso reflete no dia a dia e pode aparecer na forma de muito cansaço, irritabilidade, insônia, oscilações de humor muito rápidas, medo de não atender às expectativas, diminuição da libido e muitas outras coisas. Seu tempo de duração não é bem específico, mas gira em torno de 20 dias, dependendo do estado em que a mulher se encontra.
Nesse sentido, a rede de apoio, como o próprio parceiro ou parceira, a família, os amigos e qualquer outra comunidade frequentada é de extrema importância para que essa não caia em uma depressão e se sinta amparada. A saúde mental é importante e deve ser priorizada.
O que muda no corpo no período de puerpério?
Além das ocorrências citadas durante as fases do puerpério, há outras mudanças no corpo da mulher, não só a involução uterina. E essas podem causar certos desconfortos e estranhamentos, mas é importante conhecê-los após saber certinho o que é puerpério para estar preparada para passar por tudo. Essas outras mudanças são:
Mamas voltando a ser mais duras
Antes do parto, as mamas começam a produzir colostro e, por isso, estão mais macias e maleáveis. Assim que o bebê nasce, a produção de leite começa e elas começam a ficar mais duras pelo acúmulo do líquido. Caso o bebê não pegue o peito ou a mãe não consiga amamentar, o médico que a acompanha receitará um remédio para secar o leite e o bebê tomará alguma fórmula infantil específica.
Barriga ainda inchada
Por ter abrigado uma criança de 47 centímetros ou mais, é normal o estendimento do abdômen e esse não será recuperado à sua forma original assim que acontecer o parto. Ele continuará inchado pelo tamanho do útero e diminuirá conforme o passar dos dias. É normal que haja mais flacidez e até a diástase abdominal, a prática de exercícios físicos pode acelerar o processo de recuperação do corpo.
Cólicas rotineiras
As cólicas podem acontecer pela involução uterina, o que é normal, pois ele está voltando ao que era antes. Essas podem durar cerca de 20 dias, conforme o processo vai tornando o útero cada vez mais com o que era.
Desconfortos íntimos
Quando a mulher passa pelo parto normal e precisa fazer uma episiotomia, ou seja, o fechamento de pontos na vagina, é muito comum que passe por desconfortos durante o puerpério. Mas é claro que pode ocorrer em outros casos, a região íntima fica mais inchada depois do parto, o que pode causar um pouquinho de mal estar.
Incontinência urinária
Esse problema é muito comum de acontecer com mulheres que tiveram parto normal. Trata-se daquela vontade muito grande de urinar que dificilmente pode ser controlada, o que pode resultar em um pouco de perda de urina na calcinha. Mas não se preocupe, isso pode ser facilmente revertido com exercícios específicos!
Quais são os riscos que o puerpério traz para a mulher?
Frisa-se que as consultas realizadas nesse momento tão delicado do pós-parto são de extrema importância, pois o profissional verificará como anda o retorno do corpo e organismo às suas formas e atuações originais. Por isso, é imprescindível que a mulher preste atenção a qualquer coisa fora do comum para que possa consultar o médico o mais rápido possível. Os sinais que devem ser observados são:
- Se há hemorragia;
- Se está saindo algum odor forte;
- Se há febre;
- Dores abdominais intensas e permanentes.
Esses sinais indicam riscos à saúde da mulher, como uma possível infecção, que precisará ser tratada com atenção e urgência para que mantenha-se a saúde de seu útero e organismo.
Além desses riscos físicos, há os riscos psicológicos, como o baby blues ou a depressão pós-parto, que prejudicam muito a saúde da mulher e toda a sua rotina com o bebê e os familiares próximos que fazem parte de sua rede de apoio. Pela diminuição da progesterona e do estrogênio, o fator hormonal passa por outro período de mudança. Por isso, é essencial tratar para que tudo isso não se torne uma depressão gravíssima.
O que fazer quando se está no puerpério?
Como já dito, a rede de apoio é importantíssima, pois ela ajudará a mãe a passar por esse período de adaptação, mesmo que seja o primeiro ou o segundo filho, da melhor maneira possível.
Avôs, avós, pais, irmãos e outras pessoas podem ajudar a mãe na rotina, cuidando um pouco do bebê para que ela possa retomar os cuidados consigo, como descansar um pouco, arrumar-se da maneira que gosta, passar um momento sozinha, entre outras coisas.
Além disso, o acompanhamento de uma equipe profissional também é muito relevante. O Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente explica algumas abordagens que podem ser feitas na consulta puerperal, como orientar cuidados com a mamada, cuidados de alimentação, retirar pontos de cesárea e inúmeras outras coisas que só uma equipe capacitada pode fazer.
Os cuidados que a própria mulher e sua família podem praticar no dia a dia, que estão a seguir, são essenciais, confira:
Ter boas noites de sono
Aquela frase “Você nunca dorme bem depois que o bebê nasce” pode ser verdade em muitos casos, mas com um parceiro bem atento e a ajuda de outros familiares, a mãe pode ter bons dias de sono.
É claro que no começo, principalmente nos primeiros dias após chegar do hospital, os pais tenham aquela preocupação se o bebê está respirando, se está dormindo bem, se vai engasgar e outras, mas manter a mente relaxada e os ouvidos atentos, dividindo as tarefas noturnas, podem ajudar a mãe a ter uma boa noite de sono.
Praticar atividades físicas
A prática de atividades físicas é essencial para a recuperação corporal do pós-parto, elas ajudarão a tornar o corpo mais resistente e forte, além de contribuir para que o corpo da mulher retorne ao seu estado anterior. Além disso, tem um alto impacto na recuperação da autoestima.
Prezar por uma alimentação mais balanceada
Há diversos alimentos que são ricos em diferentes nutrientes que diminuem o risco de depressão, além de contribuírem com a saúde do organismo, podendo compor uma alimentação bem balanceada e saudável. Esses são verduras, frutas, grãos, peixes, entre outros.
Procurar ajuda psicológica
Conhecer sua mente, suas ações e tudo que te cerca é essencial para lidar com angústias, vontades e traumas. Por isso, a psicoterapia é de grande ajuda nessa fase, saber o que é o puerpério e tudo que te espera na fase não é só conhecer as informações. É preciso prezar por práticas que te deixem saudável, e o acompanhamento psicológico é uma delas.
Segundo o Ministério da Saúde, essas práticas ajudam muito a evitar a depressão pós-parto, que acomete cerca de 25% das mães no Brasil. Viu como é importante cuidar de si? Isso permite que você esteja bem consigo, com sua família e preparada para as novas experiências com o bebê.
Então, você conhecia tudo isso sobre o que é o puerpério? Sabia do seu impacto na população feminina? Pois é, mães e futuras mães precisam se informar para que possam passar dessa fase o mais tranquilas e apoiadas que puderem.
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Dra. Thais Chaves
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Como o nome já diz, eu passo o dia tentando conciliar (e às vezes nem consigo) a vida de pediatra e de Mãe do Henri. No âmbito profissional estou atuando há mais de 12 anos diretamente com famílias em consultório e busco me manter sempre atualizada sobre tudo que envolve a pediatria.
A maternidade me ajuda ainda mais a entender na prática tudo que eu trago para o meu consultório e para as dicas que eu dou nas redes sociais — pediatra e mãe, essa combinação deu muito certo! Por gostar tanto desse mundo acabei conhecendo a Likluc ao usar o seu principal produto: o Aspirar Baby — com o Henri — Daí surgiu uma relação de muita confiança e consideração por essa marca que acredito, cujos produtos usei e uso!
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