A chegada dos 2 meses do bebê é um marco cheio de emoções. Muitas mães, principalmente de primeira viagem, sentem aquela mistura de expectativa, ansiedade e vontade de acertar em tudo, né? O momento da vacinação do bebê é um dos mais importantes dessa fase: é quando você começa a fortalecer o escudo de proteção do seu filho contra doenças graves, algumas delas praticamente erradicadas graças ao compromisso de tantas famílias com o calendário vacinal.
Para te ajudar nesse momento, preparamos este conteúdo detalhando cada etapa, desde o que é a vacina de 2 meses até como lidar com reações. Incluímos também dicas práticas para você tornar tudo mais leve. Vem ver!
O que é a vacina de 2 meses e por que ela é tão importante?
Vacinar o bebê aos 2 meses é um dos gestos mais poderosos de amor e cuidado. Nessa idade, o sistema imunológico do pequeno ainda está amadurecendo, tornando-o vulnerável a várias doenças. Então, as vacinas de 2 meses — sim, no plural mesmo — chegam para dar uma força extra, estimulando a produção de anticorpos e preparando o organismo para enfrentar ameaças.
Já no segundo mês de vida, o bebê começa a receber vacinas fundamentais para protegê-lo contra doenças graves como poliomielite, coqueluche, hepatite B, difteria, tétano, pneumonia e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b.
Muitas dessas doenças causavam medo há algumas décadas e deixaram marcas em gerações passadas. Graças à vacinação em massa, hoje são raras — e queremos que continue assim.
Esse momento não deve ser motivo de medo, mas sim de orgulho: é o início de uma jornada de prevenção que acompanha a criança por toda a infância. Por isso, tenha em mente que a vacinação infantil salva vidas, diminui internações e reduz complicações graves. Assim, seu coração vai ficar mais tranquilo na hora da picadinha da vacina.
Quais são as vacinas dadas aos 2 meses?
Chegar ao posto e ver o profissional preparar várias seringas pode assustar, mas entender para que serve cada uma das vacinas oferecidas pelo SUS ajuda a trazer mais confiança. As vacinas aplicadas nessa idade são:
1. Vacina pentavalente
A pentavalente é a “superproteção” do calendário vacinal. Com uma única fórmula, ela imuniza o bebê contra cinco doenças: difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b. Essa última é responsável por meningite e infecções graves. Para garantir que a proteção seja eficaz, essa vacina é aplicada em três doses: uma aos 2 meses, outra aos 4 e a última aos 6.
2. Vacina contra poliomielite (VIP)
Conhecida também como VIP, essa vacina protege o bebê contra a paralisia infantil, uma doença muito temida antigamente. A versão em gotinha não é mais aplicada; no entanto, precisamos destacar que a injetável é segura, eficaz e faz parte das conquistas mais importantes da saúde pública.
A primeira dose dela deve ser aplicada aos 2 meses de vida, enquanto as demais e o reforço precisam ser feitos aos 4, 6 e 15 meses.
3. Pneumocócica 10-valente
Com essa dose, que pode ser aplicada a partir dos 2 meses, seu filho fica protegido contra dez tipos de bactérias pneumocócicas. Isso significa menos risco de pneumonia, otite e meningite.
Vale lembrar que a VPC10 é disponibilizada pelo SUS para as crianças com menos de 2 anos e existem ainda versões da vacina oferecidas por redes particulares que protegem contra outros tipos de bactérias: VPC13, VPC15 e VPC20. Portanto, para decidir qual é a melhor opção para seu bebê, converse com seu pediatra de confiança.
4. Rotavírus
A gotinha do rotavírus é essencial para evitar uma das principais causas de diarreia grave em bebês. Falar em diarreia pode parecer simples, mas, em crianças tão pequenas, a complicação pode levar à desidratação e até hospitalização.
Na rede particular, podem ser aplicadas versões mais modernas ou combinadas dessas vacinas, que oferecem proteção ampliada e menor risco de reação local:
- Hexavalente acelular (DTPa + Hib + Hepatite B + Polio): substitui a pentavalente e a VIP, com menos reações;
- Pneumocócica 13, 15 ou 20-valente: protege contra mais tipos de pneumococo do que a versão disponível no SUS;
- Rotavírus pentavalente: cobre mais cepas do vírus.
Como preparar o bebê para a vacinação?
A preparação começa antes de sair de casa e faz toda a diferença no conforto do bebê — e no seu também. Por isso, separamos algumas dicas para esse momento:
O que levar ao posto de saúde ou clínica de vacinação:
Nunca se esqueça de pegar a carteirinha de vacinação, o documento de identificação do bebê e um objeto de conforto (uma fraldinha, um brinquedo ou um paninho favorito), que ajudará a distrair e acalmar a criança nos momentos de espera. Para o momento da picadinha, você pode contar também com o Pikluc, acessório da Likluc que ajuda a aliviar a dor da agulhada.
Roupas e alimentação recomendadas
Escolha roupas fáceis de tirar, evitando aquelas com mangas apertadas ou botões difíceis para agilizar a aplicação e diminuir o desconforto do bebê. Se puder, amamente seu bebê antes e depois da vacinação, pois o contato pele a pele, o cheiro da mãe e o aconchego do peito acalmam e ajudam a aliviar até o chorinho mais persistente.
Vacina de 2 meses: reações comuns e quanto tempo duram
Depois das vacinas, é normal que o bebê fique um pouco mais choroso ou incomodado. Algumas reações leves são esperadas e fazem parte do processo natural de adaptação do organismo à proteção que acabou de receber.
Febre baixa, dor no local da aplicação, inchaço e irritação podem surgir nas primeiras 48 horas. O bebê pode ficar mais manhoso, buscando mais colo e aconchego, e isso é totalmente normal. Durante esse período, é importante monitorar a temperatura, oferecer líquidos com frequência e observar o comportamento geral da criança.
No caso da vacina contra o rotavírus, o cuidado deve ser ainda maior: como se trata de uma vacina oral feita com vírus vivo atenuado, o bebê pode eliminar o vírus nas fezes por alguns dias. Por isso, é essencial:
- Lavar bem as mãos após trocar as fraldas;
- Evitar que pessoas com imunidade baixa (como idosos, gestantes ou imunossuprimidos) tenham contato direto com as fezes do bebê;
- Manter boa higiene durante as trocas, limpando bem o trocador e descartando as fraldas corretamente.
Esses cuidados simples garantem proteção e segurança para toda a família. Vacinar é um gesto de amor — e cuidar após a vacina também.
Quando procurar atendimento médico?
Nem toda reação é motivo de preocupação, mas busque atendimento pediátrico se:
- Febre maior que 39 ºC ou febre que persiste por mais de 48 horas, mesmo com antitérmico.
- Manchas que se espalham rapidamente, urticária, coceira intensa, inchaço em lábios, língua ou rosto, dificuldade para respirar ou chiado.
- Vômitos repetidos que não cessam, recusa de líquidos, sonolência excessiva ou abatimento fora do usual, convulsão ou olhar parado.
- Choro inconsolável por mais de 3 horas ou irritabilidade que não melhora.
- Sinais de desidratação, como boca seca, choro sem lágrimas e menos fraldas molhadas que o habitual.
- No local da injeção, vermelhidão que aumenta muito, calor intenso, dor forte, saída de secreção ou inchaço que pega quase todo o braço ou a perna.
Em qualquer dúvida, entre em contato com o pediatra. Estar atenta aos sinais e agir rápido quando necessário é parte do cuidado que protege o bebê.
Dicas para aliviar o desconforto do bebê
O segredo para aliviar o desconforto do bebê depois da vacinação é muito colo, paciência e carinho. Uma compressa fria Xô Febre no local da aplicação ajuda a diminuir o inchaço e o desconforto. Também é importante que você mantenha o bebê bem hidratado, ofereça o peito sempre que ele quiser e respeite o tempo dele.
Vacinar seu bebê com as vacinas dos 2 meses é muito mais do que cumprir uma obrigação: é um ato de amor que mostra o quanto você está preocupada em garantir um futuro saudável e seguro. Por isso, mantenha o calendário vacinal em dia, confie nas vacinas oferecidas pelo SUS e não hesite em buscar apoio sempre que precisar.
Se quiser ainda mais dicas para tornar esse momento ainda mais tranquilo, veja as sugestões de como aliviar a dor da picada da vacina e siga cuidando do seu pequeno com informação e carinho!
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Sou pediatra e nutrólogo pediátrico formado pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP) e tenho mais de 10 anos de experiência atuando em hospitais de referência no Estado de São Paulo, tanto no setor público quanto no privado. Ao longo da minha carreira, já acompanhei mais de 35 mil famílias, sempre com foco em um atendimento acolhedor, empático e personalizado.
Hoje, atendo em meu consultório particular, cuidando de crianças e adolescentes de 0 a 18 anos. Acredito na importância de uma comunicação clara e acessível, que aproxima a ciência das famílias e torna o cuidado infantil mais eficaz e humano.
Além do consultório, utilizo minhas redes sociais para compartilhar conteúdos educativos e confiáveis, ajudando pais a construir hábitos saudáveis e promover o desenvolvimento pleno das crianças.
Meu compromisso ao criar estes textos é levar informações seguras, claras e responsáveis, com o objetivo de ajudar o maior número de pessoas possível. Acredito que a internet é uma ferramenta poderosa, mas precisa de conteúdo sério que não coloque em risco a saúde das crianças. Por isso, me dedico a produzir material embasado e acessível, sempre com foco no melhor cuidado para os pequenos.