Educação positiva: entenda o que é e como aplicar

Já ouviu falar em educação positiva, mas não sabe o que isso significa? Sem problema algum, estamos aqui para te ajudar a entender a disciplina positiva para além do conceito, ou seja, como ela funciona e como aplicá-la em sua rotina.

Antes de qualquer explicação, é importante que você entenda que a educação positiva busca criar crianças mais empáticas, gentis, seguras, felizes e autodisciplinadas.

Para ajudar os pais e as mães nessa missão, existem alguns princípios norteadores, contudo, nada rigoroso ou estático, afinal, a intenção não é ensinar regras aos pais, mas ajudá-los nessa etapa tão importante.

Confira!

Educação positiva e tudo o que você precisa saber

Para entender melhor o que é a educação positiva, pense nela como uma abordagem que auxilia no desenvolvimento das crianças. Como em toda abordagem, existem pontos de vista, práticas e comportamentos que orientam o seu uso, ou seja, modos de se comportar e de atuar que guiam a educação positiva.

Esse conjunto de práticas e condutas é utilizado em prol de um vínculo entre pais e filhos que se baseie no afeto, na firmeza, na empatia, no equilíbrio e no apoio. Dessa forma, os pais usam a parentalidade positiva para oferecer uma educação construtiva aos filhos por meio de um laço de respeito mútuo.

Assim como acontece com a criação neurocompatível, a disciplina positiva pretende criar adultos mais seguros, resilientes, gentis e felizes, por isso, a ideia principal é que os pais ofereçam exemplos adequados de como se comunicar e agir para que os filhos se desenvolvam integralmente, isto é, emocional, física, social e intelectualmente.

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Como aplicar a educação positiva?

Existem diversas situações diárias nas quais a educação positiva pode ser aplicada, desde o momento em que a criança acorda até o momento de dormir. Para sintetizar as ideias e te informar maneiras práticas de aplicar a disciplina positiva, preparamos uma lista com algumas ideias, aproveite:

1. Mantenha o controle de suas emoções: o adulto consegue se autorregular, a criança não tem as ferramentas neurológicas para isso. Por isso, manter o controle de suas emoções em momentos de desgaste é fundamental para aplicar a educação positiva, sendo assim, gritar e bater está fora de cogitação;
2. Não dê todas as respostas, ensine a criança a pensar: ao ajudar a criança em uma atividade escolar com resposta pré-definida, tal qual os nomes das cores ou o resultado de uma operação matemática simples, auxilie o pequeno a chegar na resposta por si só. Para isso, você pode orientá-lo a relacionar conteúdos que ele tenha facilidade;
3. Encoraje a criança: demonstrações de confiança e orgulho são excelentes maneiras para encorajar uma criança, por isso, frases como “acredito que você conseguirá fazer isso muito bem” e “estou orgulhosa que conseguiu, você também deve se sentir orgulhosa” surtem efeitos muito positivos;
4. Pergunte a opinião: aqui é preciso ter comedimento, claro, mas em situações simples, como escolher a cor da roupa ou decidir a brincadeira do momento, a criança pode participar ativamente. Perguntar a opinião é uma maneira de demonstrar que você se importa com o que ela quer e com suas necessidades;
5. Dê abertura para o diálogo: abrir um diálogo por meio de perguntas é uma ótima forma de demonstrar interesse e ajudar a criança a expor o sente e pensa. Perguntar como a criança se sente com determinada situação ou pedir para que ela conte sobre o seu dia são alternativas muito interessantes e fáceis de aplicar. Ah, e isso vale até para os pequenos com pouco vocabulário, esse também pode ser um jeito de expandir a fala e de encontrar mecanismos para se desenvolver;
6. Não seja desrespeitoso e não deixe que te desrespeitem: tanto a forma como trata outras pessoas quanto a maneira como se permite ser tratado é uma maneira de ensinar a respeitar. Dessa forma, não grite com o seu filho, mas também não deixe que ninguém, inclusive ele, grite com você. Peça respeito, diga que não o ouvirá enquanto grita e, quando falar educadamente, estará à disposição para ouvi-lo;
7. Aponte o erro e explique as consequências: para que a criança entenda que algo de errado foi feito, é essencial apontar o erro e quais as consequências ele pode ter. Por exemplo, se a criança bate em seu rosto e arranha a sua pele, explique que aquilo não é adequado porque causa dor, deixa um machucado, é desrespeito e, por isso, entristece;
8. Critique o que foi feito, não a criança: a ideia é, na verdade, não rotular a criança para que ela não se compreenda de forma negativa e limitada. Para isso, evite frases como “você é chato” ou “você é medroso”, use “a atitude que você teve foi chata” ou”você agiu assim porque estava com medo”, foque na ação e não na criança.

Em quais princípios a educação positiva se baseia?

Os pilares que servem de base para a educação positiva são simples, mas indispensáveis. Conheça os princípios da educação positiva e entenda melhor sobre cada um deles:

1. Repeito entre pais e filhos acima de tudo

Chamado de respeito mútuo, esse é, sem dúvidas, o princípio mais importante para a educação positiva, uma vez que somente a partir dele os outros pilares podem ser construídos.

Com o tratamento respeitoso oferecido a uma criança ao longo de sua criação, ela não aceitará ser tratada com desrespeito em momento algum e que também deve tratar a todos com igual dignidade.

Para concretizar o respeito, é preciso que os pais tenham consciência de que são espelhos para seus filhos e isso significa que o modo como eles lidam com os outros e com si mesmo é a forma que as crianças irão validar, isto é, entender como adequada. O respeito é um exemplo que pode ser transmitido no tom de voz, nos limites colocados, na escuta e no diálogo.

2. Participação da criança na rotina familiar

É preciso considerar que uma criança merece ser tão ouvida quanto um adulto e, além disso, que as decisões familiares a afetam diretamente. Por isso, incentivar a participação da criança na rotina da família é fundamental para que ela crie senso de pertencimento, aprenda a cooperar e saiba se comunicar, expressando-se e ouvindo o outro.

As situações capazes de promover a participação da criança são as mais triviais. Desde mudanças no planejamento, como aquela viagem de fim de ano que precisa ser cancelada em razão de um gasto inesperado que compromete o orçamento até a escolha do cardápio do jantar podem ser bons momentos para incentivar a participação.

3. Desmitificação do mau comportamento

Embora muitos de nós tenhamos sido criados ouvindo falar sobre bom e mau comportamento, quais as suas definições? Quais parâmetros tivemos para entender a diferença entre eles? Crianças estão em fase de desenvolvimento cognitivo, por isso, não é uma tarefa assertiva criticá-las por suas maneiras de agir, mas ensiná-las as consequências de suas ações e como reparar erros.

Uma criança pequena não bate em alguém ou deixa de emprestar um brinquedo a outra criança porque é mal comportada, mas porque não entende que pode machucar ao bater ou que precisa dividir e pode brincar junto. São os adultos os responsáveis por ensinar isso às crianças. Assim, elas deixarão de cometer erros não para não serem malvistas, mas por respeito e empatia.

4. Comunicação efetiva com firmeza e amor

Diferentemente do que muitos afirmam erroneamente, manter uma boa comunicação com as crianças, ou seja, ouvi-las e deixar que elas te ouçam, não é ser permissivo e muito menos retirar a autoridade do adulto. Dialogar com os pequenos garante a conexão familiar possibilita que a criança se sinta segura ao expor suas percepções e os acontecimentos.

Segundo a educação positiva, essa comunicação precisa ser efetiva e, para isso, não pode faltar firmeza e amor. A firmeza diz respeito ao modo estável, respeitoso e consciente com o qual o adulto dialoga, já o amor permitirá que o afeto e o bem-querer estejam evidentes no discurso.

5. Desenvolvimento consciente das capacidades

O último princípio, mas de modo algum menos importante, tem relação com os estímulos oferecidos às crianças para que elas desenvolvam suas capacidades de maneira consciente. Isso contribui para desenvolver autonomia, responsabilidade e confiança, aspectos essenciais crescer de forma bem-sucedida, feliz e segura.

Para esse fim, é indispensável que os pais estimulem seus filhos a pensarem sozinhos e os incentivem a descobrir suas habilidades, sejam elas cognitivas, físicas ou sociais. Além disso, encorajar os pequenos a encontrar novas soluções e a reparar erros é uma excelente maneira de desenvolver suas capacidades e, ainda, de entender as consequências das escolhas tomadas.

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Quais os benefícios da educação positiva?

Os maiores benefícios da educação positiva são:

• Desenvolvimento do autoconhecimento e autocontrole;
• Estimula a autonomia e autodisciplina;
• Contribui para o estreitamento do vínculo entre pais e filhos;
• Gera confiança e segurança;
• Forma cidadãos empáticos, conscientes e respeitosos;
• Ensina a boa comunicação e exposição dos pensamentos;
• Cria sentimento de pertencimento e cooperação;
• Aprimora as habilidades sociais.

Esses são apenas alguns dos benefícios da educação positiva tanto para o desenvolvimento das crianças quanto para o relacionamento entre os pais e filhos.

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